terça-feira, 27 de maio de 2008

A hegemonia dos céus está ameaçada.

Parece que a hegemonia de Ace Combat encontra-se seriamente ameaçada. Depois de um longo período de quase absoluto domínio do espaço aéreo dos consoles, o ás da Bandai tem agora um concorrente à altura, já que Tom Clancy resolveu deixar sua marca também nos céus (e de uma forma aparentemente bem mais séria que a do seu um tanto despojado concorrente).

A promessa em Tom Clancy’s HAWX parece, pelo menos a princípio, um tanto paradoxal. Por um lado, há uma quase garantia da Ubisoft de que o jogo conterá muito de arcade em sua fórmula. Já por outro, percebe-se uma grande seriedade — realismo mesmo — tanto nos objetivos quanto na mecânica de jogo, fatores que fazem lembrar apenas um único termo: simulação.

Esquecendo-se, entretanto, de alguns dados meramente comparativos (desnecessários mesmo), passar algumas horas no cockpit de alguns dos mais avançados caças contando com tecnologias de alto nível — enquanto se viaja por um ambiente extremamente rico em detalhes — pode mesmo ser bastante interessante. Além disso, o jogo traz um total de 50 aviões licenciados e fotos e dados reais de satélite (sim, será possível encontrar vários monumentos famosos através do mapa. Não, provavelmente a sua casa não estará visível).


Terroristas, é claro


Em um futuro próximo, é claro, os terroristas estarão presentes. E não poderia ser de outra forma (afinal, é Tom Clancy). Aqui eles vêm na forma de uma milícia paramilitar que, graças ao enorme poder acumulado, foi capaz de organizar um ataque aos Estados Unidos. Entretanto, não é apenas o Tio Sam que está ameaçado, mas o mundo inteiro parece estar padecendo nas mãos de vários exércitos “alternativos” que se organizaram através do globo.

Uma assistência nem sempre muito bem-vinda

Um dos fatores que podem deixar os novos jogadores um pouco atrapalhados é a presença de uma espécie de uma assistência ao piloto. Em qualquer momento durante uma missão, pode-se acionar um sistema que pode facilitar as coisas para aqueles que, eventualmente, não sejam pilotos profissionais. Para tanto, basta que se utilize o botão de freio: duas pressionadas para ativar, mais duas para desativar.

Essa assistência serve na realidade em várias ocasiões. Colocando algumas limitações nos movimentos, o sistema impede, por exemplo, a aeronave de estolar (entrar em uma velocidade na qual perde a sustentação). Há também o prático ERS (Enhaced Reality System — talvez a parte mais útil da assistência), que descreve uma rota de interceptação com o inimigo escolhido. Isso é bastante útil naqueles momentos em que o objetivo é exterminar uma unidade específica; esta que provavelmente vai estar entre várias outras, dificultando o seu acesso e tornando realmente difícil resolver tudo manualmente. Utilizando o ERS, uma linha é imediatamente traçada até o inimigo escolhido (que assume a cor vermelha); o sistema irá até sugerir a melhor manobra para se chegar em segurança até o alvo. Além disso, estessistema também pode ser bem útil para se evitar mísseis.

A assistência de HAWX também controla o posicionamento da câmera, colocando-a no lugar certo no momento certo (posicionando-a, por exemplo, atrás do avião para facilitar a visualização de alvos inimigos). É claro, tudo isso é sem dúvida muito prático. Porém, o verdadeiro empecilho vem mesmo quando são necessárias algumas manobras mais extremas para evitar situações de impacto iminente (utilizando um loop, por exemplo) ou para simplesmente conseguir um melhor posicionamento em relação a um inimigo. Nessas horas, o negócio é mesmo desativar o auxílio do jogo e fazer as coisas “do jeito antigo”. Passada a situação crítica, dois cliques trazem novamente o bom sistema de mira e todas as demais funcionalidades. Mesmo causando alguma estranheza a princípio, essa nova mecânica pode funcionar de maneira bem decente depois que se pega o jeito.



Armas!


Embora não muito tenha sido mostrado até agora, sabe-se que, ao menos para o F-22, há a possibilidade de se escolher entre uma metralhadora (nem sempre muito útil) e um míssil sensível ao calor — bastante conveniente.

Uma possibilidade bastante oportuna que aparece durante os combates, é a de se poder selecionar mais de um alvo ao mesmo tempo. Posto isso, e levando-se em conta que os bombardeiros voam em grupos de quatro (sem contar que cada inimigo necessita de um máximo de dois mísseis para vir abaixo), essa acaba sendo uma ótima adição.

Além do que...


Outras promessas interessantes feitas pela Ubisoft acerca de HAWX incluem um modo cooperativo online (para quem se cansar de dar ordens à decente IA do jogo) e ainda um manche específico para o jogo (possivelmente a ser adquirido separadamente). Entretanto, quem possuem um Xbox 360 poderá usar sem maiores problemas o manche de Ace Combat e maioria dos manches para PC devem funcionar decentemente.

Nomenclaturas e estilos à parte, o que se pôde perceber até agora de HAWX é que, além de o jogo trazer alguns dos mais belos gráficos até então, há ainda uma certa ruptura com os padrões convencionais de jogos de combate aéreo; algumas coisas vão mesmo exigir algum tempo de treino. E, independentemente de a pretensiosa combinação da Ubisoft entre Arcade e Simulação realmente se verificar, uma coisa se pode afirmar com certa segurança: HAWX parece mesmo ser capaz de trazer novos ares aos combates aéreos.


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